21 dias de Ocupa Sampa

 

CARTA DE SOLIDARIEDADE DA ACAMPADA QUITO

O movimento indignado é APARTIDÁRIO, PACIFISTA E ASSEMBLEÁRIO;
não admite líderes, símbolos ou bandeiras que não sejam as do próprio movimento, pela firme crença de que esses elementos atomizam a força do povo.

Queridos e queridas companheiras indignadas,

Por muitos meses temos mostrado nossa indignação diante da maneira como o mundo está sendo gerenciado por políticos e banqueiros. Por muitas décadas, senão séculos, temos nos submetido a esse sistema; e muitos são os tipos de pessoas que, por fim, se uniram agora para exigir uma democracia real já.

A força de nosso movimento consiste em somar, e só podemos somar quando estamos todos e todas incluídos. É claro que cada um de nós tem sua própria ideia de para onde ir e como exigir isso, mas também é claro que, fazendo exigências individuais ou partidárias, perdemos a força do coletivo — que é enfim a nossa força, a força que eles temem.

O objetivo do movimento é apartidário porque buscamos a refundação do sistema democrático para torná-lo real, e portanto queremos mudar o sistema e não estamos nem a favor nem contra nenhum partido político. Como um barco encalhado na praia, não adianta discutir que direção queremos que o sistema tome se ele está encalhado: o que é preciso fazer é lançá-lo para navegar.

Daqui da Acampada Quito, incentivamos todos os grupos de indignados e indigadas que têm dúvidas sobre os passos a seguir para que reflitam sobre o que os une, e não sobre o que os separa.

Incentivamos vocês a seguirem desfrutando do poder das assembleias e do fruto de seus consensos. E, sobretudo, incentivamos vocês para que se recusem a repetir os erros desta “democracia” baseada na representação. Já está provado o fracasso da democracia dos partidos; deixemos espaço agora a outras formas de democracia. Sejamos criativos!

Esta mudança global é liderada por você. Não deixe que ninguém te represente.

Acampada Quito

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[MENSAGEM ORIGINAL EM CASTELHANO]

El movimiento indignado, es APARTIDISTA, PACIFISTA Y ASAMBLEARIO, no admite líderes, símbolos o banderas que no sean las del propio movimiento, por la firme creencia de que éstos elementos son los atomizadores de la fuerza del pueblo.

Queridxs compañerxs indignadoxs,

Varios son los meses que venimos mostrando nuestra indignación por cómo el mundo se está manejando entre políticos y banqueros. Varios han sido las décadas, sino centenarios, que venimos sufriéndo ese sistema; y varios son los tipos de personas que nos unimos por fin ahora para exigir una democracia real ya.

La fuerza de nuestro movimiento se basa en sumar, y sólo po demos sumar cuando estamos todos y todas incluidos. Cierto es que cada uno de nosotros/as tiene su propia idea de hacia donde dirigirse y de cómo exigirlo, pero cierto es también que haciendo una exigencia individual o partidista perdemos la fuerza del colectivo, que es al fin y al cabo, la nuestra, la que ellos temen. El objetivo del movimiento es apartidista porque buscamos la reforma del sistema democratico para hacerlo real y por tanto queremos cambiar el sistema y no estamos ni a favor ni en contra de ningun partido político. Al igual que un barco varado en la playa, da igual discutir que dirección queremos que el sistema tome si está varado y que lo que hay que hacer es ponerlo a navegar.

Desde AcampadaQuito animamos a todos aquellos grupos de indignadxs que tienen dudas sobre los pasos a seguir que reflexionen en lo que les une y no los que les separa.

Animamos a que sigan disfrutando del poder de las asambleas y del fruto d e sus consensos. Y sobretodo, animamos a que se resistan a repetir los errores de esta “democracia” basada en la representación.Ya se ha probado el fracaso de la democracia de los partidos, dejemos espacio ahora a otras formas de democracia. Seamos creativos !

Este cambio global lo lideras tú. No dejes que nadie te represente.”

AcampadaQuito

Artigo – John Holloway

Esta marcha está desafiando o domínio do dinheiro

Estes são dias de ira. Ira no mundo árabe, é claro, mas também nas ruas de Atenas, Dublin, Roma, Paris, Madri, e agora uma alta e clamorosa ira nas ruas de Londres.

Uma era de crise é uma era de esperanças frustradas, de vida frustrada. Queremos ir à universidade, mas é muito caro. Precisamos de cuidados médicos de qualidade, mas não podemos pagar por eles. Precisamos de casas e vemos casas que estão vazias, mas elas não são para nós. Ou, para as milhões de pessoas famintas: queremos comer, vemos que há muita comida para todos, mas há algo entre nós e a comida — dinheiro, ou a falta dele.

Então nos iramos. Ficamos ainda mais irados pelo fato de não sabermos o que fazer com nossa ira, e como usa-la para fazer um mundo diferente.

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Carta de Solidariedade da Acampada Quito

O movimento indignado é APARTIDÁRIO, PACIFISTA E ASSEMBLEÁRIO;
não admite líderes, símbolos ou bandeiras que não sejam as do próprio movimento, pela firme crença de que esses elementos atomizam a força do povo.

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Exibição do Documentário Budrus – Veja como foi (02/11)

O documentário da diretora brasileira Júlia Bacha retrata a bem sucedida ação do grupo Solidariot, de iniciativa não violenta que obteve sucesso no impedimento da construção do Muro de Segregação na Palestina, unindo homens e mulheres de vários grupos políticos diferentes.

Duração: 1h.30min. (aprox.)

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=ff7rScVrbos[/youtube]

Veja as fotos de como foi a exibição:

Hoje, 16h., Sarau Encontro de Utopias

Convidamos aos poetas, músicos, ativistas, indignados e sonhadores, artistas ou arteiros, para participar do Sarau Encontro de Utopias no OcupaSampa, no Vale do Anhangabaú, sob o Viaduto do Chá. Tragam seus poemas, sonhos e causas, suas canções, adereços e instrumentos musicais (facebook).

Nota pública sobre a ocupação do canteiro de obras de Belo Monte

O canteiro da Usina Hidrelétrica de Belo Monte foi ocupado no início da manhã desta quinta-feira por cerca de 400 indígenas, pescadores, ribeirinhos e agricultores contrários à construção da obra devido aos graves impactos ambientais e violações de direitos humanos que marcam o processo de licenciamento do empreendimento. A decisão de ocupar o canteiro de obras foi aprovada coletivamente, em assembleia, por 700 representantes de comunidades locais que participaram de um seminário contra Belo Monte realizado esta semana na cidade de Altamira, no Pará.

Os manifestantes notificaram, através de carta e contato pessoal, representantes do Palácio do Planalto e outras autoridades do governo federal sobre a ocupação da usina. Segundo o documento enviado, “diante da intransigência do governo em dialogar e da insistência em nos desrespeitar, ocupamos o canteiro de obras de Belo Monte e trancamos seu acesso pela rodovia Transamazônica. Exigimos que o governo envie para cá um representante com mandado para assinar um termo de paralisação e desistência definitiva da construção de Belo Monte”.

Após 15 horas, o canteiro de obras da usina hidrelétrica de Belo Monte foi desocupado com a chegada de dois oficiais de Justiça e três advogados do consórcio Norte Energia, acompanhados de um destacamento da Policia Militar, munidos de um interdito proibitório ajuizado pela empresa.  Após informar os manifestantes sobre a ordem judicial, que tinha poderes de reintegração de posse, os oficiais de Justiça destacaram que a Tropa de Choque estava nos arredores, pronta para agir.  É vergonhoso que a mesma Justiça, que tem se mostrado cada vez mais morosa e suscetível a pressões políticas no julgamento das 12 Ações Civis Públicas movidas pelo Ministério Público Federal (MPF) contra as ilegalidades e violações de direitos humanos no processo de licenciamento ambiental de Belo Monte, tenha expedido o interdito proibitório favorável à empresa em apenas algumas horas.

A ação inédita de ocupação do canteiro de obras de Belo Monte partiu de uma decisão soberana e autônoma de pescadores e indígenas da Bacia do Xingu, e foi considerada por estes o marco de uma nova aliança na luta contra a hidrelétrica. O reconhecimento mútuo e o acordo firmado esta semana entre os segmentos que mais sofrerão com a destruição do Xingu foi visto como uma nova etapa, mais forte e ampla, da luta contra Belo Monte.  A parceria entre indígenas e pescadores, inédita, mostrou que os povos do Xingu estão unidos em defesa do rio, da natureza e do seu modo de vida tradicional.

A nossa resistência contra este projeto de destruição chamado Belo Monte permanece inabalável. A ocupação foi um recado claro para o governo Dilma Rousseff de que a luta pela proteção do Xingu está mais viva do que nunca. Se o governo federal insistir em continuar violando os nossos direitos, dos povos indígenas e comunidades tradicionais, outras ações de resistência virão.

Altamira (PA), 28 de outubro de 2011.

Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira – COIAB
Comissão Pastoral da Terra – CPT
Conselho Indigenista Missionário – CIMI
Movimento Xingu Vivo para Sempre – MXVPS

http://www.cimi.org.br/site/pt-br/?system=news&conteudo_id=5905&action=read#

Transcrição da aula pública do Vladmir Safatle

Aula Pública n° 03 com Prof° Vladmir Safatle em 26/10/2011

“Na verdade vocês são uma peça na engrenagem que se montou de uma maneira completamente inesperada e imprevisível em várias partes do mundo. Existem certos momentos na história onde um acontecimento aparentemente localizado, regional, tem a força de mobilizar uma série de outros processos que vão ocorrendo em várias partes do mundo. Ou seja, as ideias quando elas começam a circular desconhecem espaço, não conhecem as limitações do espaço, elas constrõem um novo espaço. E de uma certa maneira, vocês aqui são uma peça de uma ideia que aos poucos vai construindo um novo espaço, através dessas mobilizações mundiais que tocam várias cidades, Nova York, Cairo, Túnis, Madri, Roma, Santiago e agora São Paulo. Gostaria de lembrar para vocês um exemplo que me parece bastante interessante, de como uma ideia pode ignorar o seu espaço original. Existe um fato histórico, muito impressionante e que nos toca de uma maneira relativamente próxima, por que diz respeito a uma coisa que hoje o Brasil esta envolvido, que é a revolução no Haiti em 1804.

Foi a primeira revolução feita por escravos, escravos que se libertaram do domínio francês. Aconteceu um fato bastante impressionante no interior dessa história que é mais ou menos o seguinte. Em 1793, a Assembléia Nacional Francesa, Assembléia Revolucionária Francesa – graças aos jacobinos – resolveu abolir a escravidão nas colônias. Era o resultado de um princípio, princípio da igualdade radical. Se nós defendemos a igualdade radical não é possível que a igualdade valha apenas nesse país e não valha em outro lugar, ela deve ser incondicional, deve desconhecer espaço e deve desconhecer tempo, então ela vale tambám para as colônias. Quando Napoleão assume o poder, tenta rever esse decreto, ou seja, fazer com que a escravidão voltasse a operar nas colônias. Os haitianos se sublevam, e Napoleão manda tropas ao Haiti. E acontece um dos fatos mais impressionantes da história nos últimos 200/300 anos. No momento da guerra, quando as tropas francesas estão de um lado e as tropas haitianas do outro, os franceses comecam a ouvir, cantado do outro lado, a Marselhesa – o hino francês, hino da revolução francessa. Isso arrebentou moralmente com as tropas francesas, eles perderam a guerra. Começaram a se perguntar ‘Afinal de contas, contra quem estamos lutando? Nós estamos lutando contra nós mesmo, contra nossos ideiais que agora se voltam contra nós. Por que na boca desses ex-escravos esses ideais sao mais verdadeiros do que na nossa própria boca.’

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Hoje, 19h., Conversa Sobre "Menin@s de Rua"

@s menin@s estão nas ruas, nas portas dos bancos e nas capas de jornal. Chorando e odiando, sofrendo e gozando.
Estariam excluídos de onde e incluídos onde?
Como pensarmos uma nova configuração social, um novo mundo pautado na liberdade, levando em consideração a necessidade de limites? Qual o alcançe do papel desempenhado pelo Estado nas estruturações familiares? Como pensarmos o processo de inclusão social sem violar o princípio das diferenças subjetivas numa democracia?

Conversação sobre educação, laço afetivo-social e políticas públicas para “menin@s de rua” com Luanda Francine / Educadora e Psicanalista

Hoje às 19h. no Acampa Sampa | Ocupa Sampa.

PMs no Anhangabaú

Neste momento, cerca de três mil policiais militares estão realizando sua formatura aqui do nosso lado, no largo do Anhangabú.

Para o evento, nosso acampamento foi cercado por grades de ferro, mas nós não nos calamos. Demos um alto e claro “Não nos representa” de presente ao governador de São Paulo Geraldo Alckmin, que obviamente está presente para prestigiar a sua tão bem treinada polícia, que atuará discriminando a população mais pobre e garantindo que os mais ricos e poderosos continuem deitados em berço esplêndido.

Também levantamos vários cartazes, como pela abertura dos arquivos da ditadura militar e lembrando aos policiais de que eles também fazem parte dos 99%.

Algumas fotos:

 

 

 

 

Mais fotos em:
http://www.flickr.com/photos/janelinha/sets/72157628022145740/
http://www.facebook.com/media/set/?set=a.111358512309005.16158.100003045700125&type=3