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DENÚNCIA agressão sexista: casa mafalda

Publicado em 7 de novembro de 2012 por

Difundimos a carta aberta denunciando agressão sexista. A carta foi difundida em forma de panfleto na feira do livro anarquista que ocorreu 3 e 4 de novembro de 2012 em São Paulo-SP:

Cuidado ao se relacionar com Autônomos e Autônomas F.C. e Casa Mafalda:

Não são espaços seguros, sobretudo para mulheres. Por conta de uma violência pessoal via e-mail de que uma companheira foi alvo, soltamos este alerta. A violência verbal e psicológica foi causada por membros do time Autônomos F.C. e foi apoiada por diversos outros membros e membras do time e da Casa Mafalda. A desmoralização da companheira e de seu ativismo, bem como dúvida da veracidade do seu relato, ocorreu logo após sua denúncia pública e a preocupação geral interna dos coletivos citados foi em “explicar melhor” o que o agressor tinha feito por meio do descrédito, e não amparar e compreender a companheira que foi agredida. A violência verbal, aquela em que são usadas palavras para ofender moralmente alguém, muitas vezes é desconsiderada, levada como “brincadeira”, etc, mas deixa cicatrizes como qualquer outro ataque físico. Nos meios libertários, nos últimos anos, ocorrem muitas outras violências contra mulheres que resultam geralmente em auto-exclusão das agredidas e sem o suporte desse movimento. Vemos como uma obrigação tornar isso público pois sabemos que o anarquismo, se não levado à prática do dia-a-dia, é uma teoria que fica presa nas páginas dos livros. Enquanto anarca-feministas, não iremos tolerar a morte política de nenhuma companheira como preço da reparação de agressores. Repudiamos e nos retiramos dos espaços do Autônomos e Autônomas F.C. e Casa Mafalda pois não iremos pagar para ver outras violências e não iremos gastar nossa energia política em um espaço que não consegue ao menos manter respeito interno na convivência entre ativistas.

“Aquelxs que despertam são o pesadelo daquelxs que ainda dormem.” Tiqqun.

Repúdio a agressão machista no Autônomos e Autônomas FC

Na lista de troca de e-mails do autônomos, uma companheira foi agredida e ameaçada diversas vezes por parte dos integrantes Jacob Garraway e Raphael Sanz (Clashr), recebendo respaldo aberto ou conivência silenciosa pelos demais integrantes do time. Consideramos agressão machista os termos referidos à companheira, como: “Feminazi” e “misógino é o meu pau preto! Nazi do caralho”. Consideramos ameaça a segurança e integridade física da companheira falas como: “acha que eu te ofendi? Agora sim que eu tava na pilha de te ofender. / Isso pode ficar ainda muito pior.”

Claramente ameaçada, a companheira redigiu uma carta aberta explicando sua retirada do espaço. Imediatamente foi-se articulada uma rede masculinista de apoio aos agressores por meio de uma carta-resposta, que em momento algum, apresentava uma auto-crítica consistente e reflexiva diante do ocorrido. Em vez de questionar a postura machista e a incoerência política dos agressores, o discurso foi todo direcionado a atacar a companheira e questionar sua legitimidade. Na mesma carta foram veiculados o nome e sobrenome da companheira e de sua irmã, que foi compartilhada e repassada em blogs, sites e eventos com 2 mil pessoas no facebook. Essas ações tiveram o claro intuito de expor a companheira e deixá-la vulnerável a qualquer tipo de ataque, desde a morte política à morte física.

Reproduzindo o sexismo presente na nossa sociedade, o Autônomos e Autônomas FC e a Casa Mafalda partilharam da lógica de que as mulheres devem se manter afastadas dos espaços políticos, e se inserida neles, é preciso participar como figurante agindo sempre de forma que não retire os homens de sua zona de conforto, que tem como sustentáculo o nosso silêncio frente a opressão machista. É daí que surge o termo “feminazi” criado e utilizado pela reação machista que visa domesticar e submeter nossa vontade aos seus desejos e tiranias patriarcais, a fim de que exerçamos nosso feminismo e nossa voz nos limites impostos pelos homens. Em todo momento, o intuito dos agressores, dos coniventes silenciosos e dos apoiadores foi fazer a companheira se calar e temer. Temer por ter usado sua voz, por ter sido protagonista em um espaço de dominância masculina.

As inaceitáveis atitudes tomadas pelos membros do autônomos e apoiadores transmitem uma mensagem misógina muito clara a todas mulheres: quem resistir a tirania machista será ameaçada, exposta e agredida.

De tal forma, que o Autônomos e Autônomas FC e Casa Mafalda serão agora considerados por todxs que assinam essa carta, como um espaço inseguro e ameaçador para mulheres.

Este caso não é pontual, articula-se com um processo mais amplo na relação de machismo dentro dos espaços ativistas e meios libertários. Cada vez mais mulheres têm rompido o silêncio e denunciado agressores nesses espaços: como Xavier (Rafael Muniz Pacchiega) do MPL, Rádio Várzea e PassaPalavra.org, o anarcopunk Fefê e o Gustavo Oliveira da Okupa J13 e da banda Nieu Dieu Nieu Maitre.

É sabido que a reação normativa a essas denúncias é encabeçada por uma rede corporativista machista que tentam acobertar esses casos, isolando politicamente a mulher alvo de opressão, deslocando o debate para o método utilizado na resistência; e não no machismo do agressor, enquanto paralelamente o defende. A reação às denúncias visam sempre restabelecer a ordem hetero-patriarcal.

O argumento mais utilizado é que tais denúncias enfraquecem a luta em questão. Colocamo-nos inteiramente contra esse pensamento maniqueísta e manipulador, que posiciona de forma hierárquica e excludente as relações de opressão. O feminismo não é apêndice e não vem a reboque de nenhum outro movimento, apesar de estar relacionado intrinsecamente a todos eles.

Quem afirma que a denúncia anti-sexista enfraquece um movimento, está afirmando que o mesmo tem como coesão e base a violência contra as próprias ativistas. Está afirmando que o movimento precisa do machismo e da misoginia para existir. “Enfraquecer” o movimento é um argumento oportunista que visa à manutenção da dominação masculina nesses espaços.

Na medida em que são agentes ativos de opressão, indivíduos que lutam veementemente para a manutenção de seus privilégios enquanto machos de uma sociedade hetero-patriarcal capitalista, jamais poderão ser agentes válidos para a libertação de nada.

Repudiamos as agressões machistas infligidas contra a companheira pelos Autônomos e Autônomas FC e Casa Mafalda, assim como toda a rede de solidariedade que foi articulada em apoio aos agressores Jacob e Raphael. Exigimos retratação pública imediata da Casa Mafalda e do Autônomos e Autônomas FC, não só pela carta-resposta como pela conivência sexista na época do ocorrido.

MEXEU COM UMA MEXEU COM TODAS!

NENHUMA AGRESSÃO FICARÁ SEM RESPOSTA!

Assinam:

Rede de Feministas Autônomas

Coletiva AnarcaFeminista Marana

Coletivo Minas Terrestres

MUNDURUKUS – Comunicado da Comunidade Indígena Teles Pires

Conforme informações repassadas por indígenas do Posto Indígena Teles Pires diretamente para os indígenas parentes, na sede do município de Jacareacanga, ocorreu naquela aldeia (TELES PIRES) intervenção de Agentes da Policia Federal justificado, para dar-se cumprimento a Operação denominada Eldorado, que visa conter e paralisar a atividade garimpeira na região.
-Uma equipe composta por dezenas de policiais, chegou à aldeia por volta das oito horas deste dia (07) fortemente armada, conduzida por um grande aparato de transporte que consistia em helicóptero, voadeiras, quando ocorreu o sobrevoo de helicóptero, causou pânico na aldeia com parte da comunidade embrenhando-se na mata, ocasião em que a aldeia ficou quase vazia e ao verem pessoas estranhas invadindo a aldeia, os guerreiros se manifestaram mesmo sem esboçar ameaça em defesa dos seus com simples armas artesanais da cultura indígena servindo de proteção para o grupo tribal, ato seguido o forte aparato policial deflagrou vários tiros em direção aos indígenas, nesse momento ocorrendo reação por parte desses que desferiram flechadas contra os invasores resultando em muitos indígenas feridos com balas de borrachas e seis desses com projeteis real. Pelo lado dos Policiais registra informação de um delegado, não confirmada pelos indígenas, que foram atingidos quatro policiais com flechadas, entretanto não ocorrendo vitimas fatais, os feridos foram deslocados para a cidade de Alta Floresta.
-A invasão na aldeia, provocou confusão entre os índios que não sabiam da operação e nunca tinham visto tanto aparato de guerra, com o helicóptero da PF jogando às proximidades da aldeia bombas provavelmente de efeito moral e muitos tiros o que ocasionou pânico entre os indígenas, com muitos velhos desfalecendo na correria ou em fuga, e ainda crianças desesperadas diante da violência que foram alvos.
-Que foi confirmado a morte de um indígena Adenilson Kirixi munduruku, foi morto a tiro pelo delegado da policia federal, segundo outro indígena que tava perto dele, as policias não quiseram conversa com nimguem, eles teriam descido receber eles para saber oque realmente eles iriam fazer na aldeia, mas infelizmente foram recebidos a tiros, delegado acertou e deu vários tiros no peito do indígena, mesmo ele sem defeza, atirou ate dentro da água.
-A Aldeia está sitiada pela PF, que controla a comunicação via radio não deixando os indígenas se comunicarem. Essas informações foram repassadas por dois indígenas que fugiram do cerco chegando até uma aldeia próxima para se comunicarem com parentes em Jacareacanga.
-A aldeia está completamente sitiada pelos agentes que para evitar a fuga dos indígenas colocaram minas em vários pontos da aldeia impedindo de saírem para suas roças ou fugirem do local conflitado.
-Mesmo diante da intervenção, os indígenas não sabem a razão desse trabalho pois ninguém ainda esclareceu para os mesmos a motivação da operação. Ao se falar sobre garimpagem, a aldeia não abriga garimpos bem como nenhuma atividade de garimpagem.
-Devido a debandada geral, há crianças desaparecidas na mata, ocorrendo também explosões de equipamentos como maquinários da comunidade entre esses motores de popa que serve unicamente para transporte dos indígenas, voadeiras, rádios, e para espanto geral a pista de pouso foi dinamitada impedindo o uso para retiradas de emergências de indígenas enfermos.
-A intervenção remonta aos tempos da ditadura onde pessoas foram constrangidas moral e fisicamente, com idosos sendo empurrados, mulheres indígenas chamadas de vagabundas eprostitutas.
-A coordenadora da Sesai DSEI-Tapajós (saúde Indígena) Cleidiane Carvalho, preocupada com o estado de saúde dos indígenas atingidos que encontram-se em Alta Floresta está providenciando uma aeronave para transportar os indígenas feridos para Belém ou Brasília.
-Os indigenas que moram em Jacareacanga, foram até a Câmara de Vereadores pedir a composição de uma comissão para ir até o local do conflito avaliar a situação já que uma equipe de lideres indigenas de Jacareacanga que iria até o local de avião foi proibida de pousar, a proibição está estendida a qualquer avião de qualquer instituição. Por isso o apelo dos indígenas em solicitarem aos vereadores que fossem até a aldeia como autoridades constituídas do município.
Jacareacanga, 07 de Novembro de 2.012
O líder e estudante Sandro Munduruku, do Teles Pires, é quem envia o relato.

http://pontodepauta.wordpress.com/2012/11/08/comunicado-comunidade-indigena-teles-pires/

VEJA COMO CONTRIBUIR COM A RESISTENCIA DOS GUARANI KAIOWÁ

Via COMITÊ INTERNACIONAL DE SOLIDARIEDADE AO POVO GUARANI e KAIOWÁ

Você pode contribuir da seguinte forma: divulgar o blog do comitê: www.solidariedadeguaranikaiowa.wordpress.com, divulgar e curtir nossa página no facebook: https://www.facebook.com/SolidariedadeAoPovoGuaraniKaiowa, divulgar nossos cartazes e videos pelo facebook, organizar palestras e atividades proximo de sua casa, na escola, na faculdade, pode realizar eventos beneficentes, como almoços, teatro, mostra de cinema, show de cantores, sarau, para arrecadação de fundos para as aldeias e pode também participar da campanha de arrecadação de alimentos e livros e ou sugerir outra forma de contribuir.

Se vc mora em São Paulo, pode encaminhar os alimentos arrecadados em um dos endereços de ponto de arrecadação divulgado no blog, tem 2 na USP, cidade universitária e um em perdizes, na APROPUC, ao lado da PUC-SP. Se vc mora em outra cidade, terá que nos informar a quantidade e a cidade pra tentarmos retirar. Se morar fora da Grande São Paulo, deve buscar ajuda em algum sindicato ou outra organização para enviar até Dourados, lá o ponto de arrecadação é o DCE da UFGD. Para Doações em dinheiro entre em contato pelo e-mail: solidariedadeguaranikaiowa@gmail.com

Mais um torturador é esculachado em São Paulo

Via Passa Palavra

Cerca de 70 pessoas participaram neste sábado, 20 de outubro, de mais uma ação da Frente de Esculacho Popular (FEP) em São Paulo. Desta vez, o torturador a perder seu sossego foi Homero César Machado, chefe das equipes de interrogatório do DOI-Codi, órgão oficial de repressão política da ditadura.

Homero C. Machado.Rua Manoel da Nóbrega, 577, apto. 72 – São Paulo-SP

Entre os militantes da época, o Capitão Homero é conhecido por ter sofisticado algumas técnicas de tortura entre 1969 e 1974, como os choques elétricos e o pau-de-arara. Sem nunca ter sido julgado ou processado, o militar reformado que comandou a tortura de vários militantes nos porões da rua Tutoia vive atualmente no número 577 da rua Manoel da Nóbrega, onde a ação se concentrou.

Desde às 12h, os militantes se concentravam na esquina da Avenida Paulista com a Avenida Brigadeiro Luiz Antônio. Pouco depois de armarem seus estandartes e faixas, e ao som da Fanfarra do M.A.L., os manifestantes partiram pela Av. Paulista, chegando a tomar uma das pistas, e dirigiram-se à frente do prédio de Homero.

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