Category: Direitos Humanos

CARTA ABERTA DOS MORADORES DO MOINHO

IDENTIDADES DESTRUÍDAS

Desde 2006 os moradores da Comunidade do Moinho, no Centro de São Paulo, lutam constantemente para garantir seu direito à moradia. Ao longo destes 6 anos diversas situações delicadas colocaram os moradores em posições desgastantes, POREM, NÓS NUNCA DESISTIMOS DA LUTA PELA MORADIA.

Em dezembro de 2011 a comunidade foi atingida por um incêndio de grandes proporções, que destruiu mais de 400 moradias. Na época, foi pactuado um atendimento emergencial correspondente ao pagamento de aluguel até a conclusão das unidades habitacionais para atendimento definitivo, conforme o “Termo de Compromisso de Atendimento Habitacional” assinado pela SEHAB, Defensoria Pública, Ministério Público e Escritório Modelo.

Passados nove meses desse incêndio, mais uma vez o fogo consumiu inúmeras moradias da comunidade do Moinho, e também uma vida. Com isso, mais 80 famílias que moravam embaixo do viaduto Orlando Gurgel vão engrossar o número de desalojadas do Moinho, vivendo em situação provisória, aguardando uma solução e a garantia do seu direito à moradia. Mais 80 famílias que vão ter de brigar para ter um compromisso de atendimento, que sequer vem sendo cumprido adequadamente: os pagamentos de aluguel são irregulares, nunca pagos em data certa; famílias ficaram sem cadastro e, portanto, sem atendimento habitacional; os projetos das unidades definitivas se é que andam, andam a passos lentíssimos.

Curioso notar que os moradores vitimados são os mesmos que há 15 dias tinham relatado a ocorrência de forte pressão psicológica por parte da Municipalidade, que exigia que esses moradores deixassem o local até outubro…. Outra dúvida que cerca esse novo episódio se refere aos três focos iniciais de incêndio, pondo em dúvida a versão apresentada de briga de moradores viciados em drogas.

Nesse episódio, ocorreram inúmeras falhas no sistema de prevenção de incêndios: há um mês foi instalado um hidrante na comunidade, porém sem as mangueiras e sem a chave para acionamento da água, situação que obrigou os moradores a arrancarem as mangueiras que abasteciam suas próprias moradias para conter o incêndio (aliás, as famílias do Moinho estão sem água e sem luz!). Também não foram entregues roupas de segurança nem colocados extintores, tal como combinado.

A Prefeitura ofereceu aos moradores colchão, cobertor e cesta básica, mas a orientação sobre o alojamento provisório era buscar casas de parentes ou amigos ou se dirigir a um albergue. Mais uma vez a Prefeitura demonstra seu despreparo no atendimento de situações emergenciais, pois, da mesma forma que há nove meses atrás, não oferece abrigo que permita que as famílias permaneçam unidas, principal reclamação dos moradores por ocasião do primeiro incêndio.

ASSIM COMO TANTAS OUTRAS COMUNIDADES DE SÃO PAULO QUE SOFRERAM COM INCÊNDIOS (34 SÓ NESTE ANO!) O MOINHO, MAIS UMA VEZ, SOFRE COM O DESPREPARO DA PREFEITURA DE SÃO PAULO!

Vamos pressionar os vereadores de São Paulo a averiguar essa série de incêndios comparecendo na próxima reunião da CPI dos incêndios que ocorrerá no dia 26/09/12 às 12h, na Câmara Municipal (Viaduto Jacareí, nº 100, 8º andar – Sala Tiradentes).

Vamos exigir o atendimento adequado que as famílias merecem e ampliar a luta pela moradia!!!Vamos romper contra essa política que não consegue garantir moradia adequada de forma definitiva e não enfrenta essa forma excludente de construção da cidade!!!

ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DO MOINHO

Domingo (09) – 15h – Ato contra o desalojo da Ocupação São João

Via Autônomos & Autônomas FC

Rexistência Cultural Ocupa São João
Domingo (9), das 15 às 22h
Em frente ao número 588 da Avenida São João, no centro, esquina com a
Avenida Ipiranga.

“Entrada”: é a doação de 1kg de alimento perecível ou água.

Atrações
DJ KL Jay (Racionais MCs)
DJ Magrão (Dubversão Sistema de Som)
DJ PG (Elo da Corrente)
DJ MZK
Irmãos Muralha
Cortejo – Concentração às 15h no Teatro Oficina
Teatro Oficina Uzyna Uzona
Maracatu
Coro de Carcarás

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REINTEGRAÇÃO DA OCUPAÇÃO IPIRANGA

As famílias despejadas na terça-feira (dia 28/08) do imóvel da avenida Ipiranga continuam acampadas em lonas improvisadas em frente à secretaria de habitação (ao lado da prédio dos Correios, Centro). O poder público vem tratando a situação com descaso e indiferença. O edifício permanece lacrado e abandonado, servindo de moradia para ratos e insetos.

Quem puder e quiser ajudar, as famílias precisam de doação de alimentos (arroz, óleo, legumes, frutas, macarrão, leite em pó, bolachas, açúcar, café e alimentos de fácil preparação), papel higiênico, copos descartáveis, lonas, cobertores e, principalmente, apoio. Vale passar lá para dizer que está junto, se envolver, ajudar no que for necessário e conhecer gente que luta e não arreda o pé!

Toda doação é bem vinda! Solidarize-se!

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Nota de apoio da Marcha das Vadias Sampa às sobreviventes do caso New Hit

Protesto expõe legista acusado de encobrir tortura durante a ditadura militar

Blog do Sakamoto

Postes, muros e pontos de ônibus dos bairros da Vila Madalena e Pinheiros amanheceram com centenas de cartazes de protesto contra Harry Shibata, médico legista e ex-diretor do Instituto Médico Legal de São Paulo. Acusado de ser responsável por falsos atestados de óbito usados para acobertar assassinatos de opositores pela ditadura militar, ele teria ignorado marcas deixadas por sessões de tortura produzindo laudos de acordo com as necessidades dos militares. Os cartazes foram colados por um grupo de manifestantes na madrugada deste sábado (7).

Shibata é acusado de, sem ter visto o corpo, atestar como suicídio a morte de Vladimir Herzog, então diretor da TV Cultura, que fora convocado para “prestar esclarecimentos” no DOI-Codi, em em outubro de 1975. O orgão, ligado ao regime, tinha o objetivo de reprimir opositores e se transformou em um dos principais centros de tortura do país.

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Escravos de Zara – ação do dia 10.dezembro

10 de dezembro – Dia Internacional dos Direitos Humanos

Assista o vídeo da ação na loja ZARA – Franquia Espanhola acusada de manter trabalho escravo para confecção de suas roupas e que tem se negado a assinar o Termo de Ajuste de Conduta com o Ministério Público.

ESCRAVOS DE ZARA

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DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS:

Artigo IV

Ninguém será mantido em escravidão ou servidão, a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas.

Artigo XXIII

1.Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.
2. Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho.
3. Toda pessoa que trabalhe tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.
4. Toda pessoa tem direito a organizar sindicatos e neles ingressar para proteção de seus interesses.

Artigo XXIV

Toda pessoa tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e férias periódicas remuneradas.

Programação Para Hoje (Domingo)

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Vídeos sobre a operação militar na #USP

Se você não estava lá, não faz idéia do que foi aquilo.

Gás lacrimogêneo no CRUSP
http://www.youtube.com/watch?v=LSwrqEiVOv4&feature=youtu.be

CRUSP cercado
http://www.youtube.com/watch?v=urYLED8rubc&feature=related

Ação Policial
http://www.youtube.com/watch?v=zP3iKI9uiWs&feature=related

Quem tem mais vídeos, por favor, mande o link pra: 15osp@riseup.net que nós publicamos aqui no blog.

Relato sobre a Operação de Guerra dentro da #USP

Abaixo link do Centro de Mídia Independente com o relato sobre a operação de guerra do exército do governador do estado dentro da Universidade de São Paulo (USP).
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2011/11/499798.shtml

O Carlos Henrique já foi localizado. Segue abaixo seu esclarecimento:

“Camaradas, amigos e conhecidos:

Antes de mais nada peço desculpas a todos pelo transtorno. Fico até envergonhado de escrever depois de ter noção do fato gerado pela minha irresponsabilidade.

Agradeço a atenção e preocupação de todos com minha pessoa. Eu sumi porque estava doente e fiquei incomunicável, isto é, sem celular e internet, durante esses dias. Inclusive, ao saber dos fatos ocorridos na USP durante esse meio tempo de ausência (de domingo até hoje pela manhã), vim correndo pra universidade.

Agora, de volta, chamo todos a organizarem a greve geral da USP. Precisamos manter o espírito de luta, a organização e defender a universidade pública. No momento, essa luta passa por defender a sua autonomia, exigindo a retirada da PM do campus e defendendo os estudantes vítimas da repressão policial na terça-feira última”

Nota de Repúdio às ações policiais ocorridas nesta semana em SP

Ocupa Sampa vem a público manifestar repúdio às ações policiais que se intensificaram em São Paulo nos últimos dias.

A ação da Polícia contra os camelôs

Nesta semana, a população paulistana acompanhou a ação violenta da Polícia Militar contra as manifestações dos camelôs no centro de São Paulo. A ação transformou as ruas em palco de uma verdadeira guerra. De um lado a Polícia Militar armada, e de outro, trabalhadores informais com uma palavra de ordem: “Queremos trabalhar”.

A repressão é uma tentativa de criminalizar o vendedor ambulante e de criminalizar o direito constitucional ao trabalho e à manifestação. As manifestações dos trabalhadores ambulantes são legítimas e não podem ser passíveis de violência por parte do Estado. Dentro de uma democracia, nenhuma lei municipal ou estadual pode se sobrepor às garantias constitucionais de manifestação.

Os trabalhadores estão questionando a ordem econômica excludente. Por falta de trabalho, são obrigados a vender nas ruas os produtos das grandes empresas e das corporações. Nas ações policiais, tanto de apreensão quanto de repressão, a destruição das mercadorias representa perdas somente para os trabalhadores, enquanto os lucros estão assegurados às empresas e às corporações.

A existência do trabalho informal mostra, de maneira explícita, como o sistema econômico nunca funcionou para grande parte da população.

A ação da Polícia contra os estudantes da USP

Nesta quinta-feira (27/10), a incursão da Polícia Militar na Universidade de São Paulo (USP) escancarou os verdadeiros interesses de um pequeno grupo de poderosos. Os espaços da universidade são historicamente locais de resistência aos regimes não democráticos e que violam os direitos humanos.

Diz-se que a presença da PM no Campus tem como pretexto a defesa da integridade dos estudantes e trabalhadores. Não é verdade! A presença da Polícia Militar na USP tem como objetivo criminalizar o livre pensamento, vigiar e perseguir estudantes e trabalhadores, restringir espaços livres e democráticos, além de reprimir qualquer iniciativa que se coloque contra o atual projeto de privatização da universidade.

A ação policial na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas(FFLCH) não foi uma ação pontual, a polícia vêm reprimindo estudantes e trabalhadores em vários departamentos da universidade, entre eles a ECA e a Poli.

A presença da PM no Campus e seus verdadeiros interesses precisam debatidos entre a comunidade acadêmica e a sociedade. A universidade possui uma relação mútua com a sociedade. A PM no campus não é um assunto somente da esfera acadêmica, é assunto de toda a sociedade. Por isso, o livre acesso da sociedade aos espaços e debates da universidade são essenciais, e é isso que a presença policial tenta coibir.

Uma polícia que reprime ideologicamente, é uma polícia que criminaliza todos os setores da sociedade que contrariam os interesses de um pequeno grupo de poderosos que não os representam.

Dizer SIM à democracia é dizer NÃO à militariação da Polícia

A repressão e a perseguição aos movimentos sociais e aos trabalhadores não terminaram com o final das ditaduras no Brasil. Tais políticas continuam vigentes, mesmo em uma suposta democracia. A Polícia Militar é um dos pilares da criminalização da pobreza, do livre pensamento e dos trabalhadores.

A estrutura de poder e a estrutura militar das polícias de todo o Brasil continuam iguais, mesmo depois da chamada abertura política. A atuação de policiais infiltrados nos movimentos sociais, por exemplo, permanece como método amplamente utilizado pelos seus órgãos de inteligência.

O militarismo, que faz as polícias se assemelharem ao Exército, é resquício direto dos regimes militares que assolaram o país durante décadas. A estrutura e hierarquia militar torna impossível o controle público sobre o uso da força policial. O Brasil é um dos únicos países do mundo a possuir polícias militares nas ruas.

A corrupção e a impunidade das forças policiais não são fruto de um problema de caráter do trabalhador policial. Elas são pautadas pela manutenção e reestabelecimento de uma ordem. A “ordem” em que o 1% da população controla os outros 99%. Por isso, os 99% dizem NÃO ao controle militar da força policial e exigem o controle público de suas ações, de forma clara e transparente.

Somos um movimento não violento e, além do repúdio ao uso de armas letais por parte dos policiais, repudiamos o uso de armamentos chamados de “não letais”, como bombas de gás, balas de borracha e cacetetes. Há diversos estudos que comprovam a letalidade de armamentos como bala de borracha ou bomba de efeito moral. Spray de pimenta é extremamente nocivo à pessoas com problemas respiratórios, além de ser abortivo, é considerado como arma de guerra pela Anistia Internacional. O uso dessas armas por parte da policia é um abuso contra a sociedade e ao direito constitucional de manifestação.

Vivemos um momento de efervecência internacional e também um momento intenso em São Paulo. É hora de gritar contra os que ignoram a existência da Constituição Federal e que reprimem os setores que promovem o debate e a construção participativa da sociedade.