Archive for: novembro 2011

Exibição do Documentário Budrus – Veja como foi (02/11)

O documentário da diretora brasileira Júlia Bacha retrata a bem sucedida ação do grupo Solidariot, de iniciativa não violenta que obteve sucesso no impedimento da construção do Muro de Segregação na Palestina, unindo homens e mulheres de vários grupos políticos diferentes.

Duração: 1h.30min. (aprox.)

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=ff7rScVrbos[/youtube]

Veja as fotos de como foi a exibição:

Hoje, 16h., Sarau Encontro de Utopias

Convidamos aos poetas, músicos, ativistas, indignados e sonhadores, artistas ou arteiros, para participar do Sarau Encontro de Utopias no OcupaSampa, no Vale do Anhangabaú, sob o Viaduto do Chá. Tragam seus poemas, sonhos e causas, suas canções, adereços e instrumentos musicais (facebook).

Nota pública sobre a ocupação do canteiro de obras de Belo Monte

O canteiro da Usina Hidrelétrica de Belo Monte foi ocupado no início da manhã desta quinta-feira por cerca de 400 indígenas, pescadores, ribeirinhos e agricultores contrários à construção da obra devido aos graves impactos ambientais e violações de direitos humanos que marcam o processo de licenciamento do empreendimento. A decisão de ocupar o canteiro de obras foi aprovada coletivamente, em assembleia, por 700 representantes de comunidades locais que participaram de um seminário contra Belo Monte realizado esta semana na cidade de Altamira, no Pará.

Os manifestantes notificaram, através de carta e contato pessoal, representantes do Palácio do Planalto e outras autoridades do governo federal sobre a ocupação da usina. Segundo o documento enviado, “diante da intransigência do governo em dialogar e da insistência em nos desrespeitar, ocupamos o canteiro de obras de Belo Monte e trancamos seu acesso pela rodovia Transamazônica. Exigimos que o governo envie para cá um representante com mandado para assinar um termo de paralisação e desistência definitiva da construção de Belo Monte”.

Após 15 horas, o canteiro de obras da usina hidrelétrica de Belo Monte foi desocupado com a chegada de dois oficiais de Justiça e três advogados do consórcio Norte Energia, acompanhados de um destacamento da Policia Militar, munidos de um interdito proibitório ajuizado pela empresa.  Após informar os manifestantes sobre a ordem judicial, que tinha poderes de reintegração de posse, os oficiais de Justiça destacaram que a Tropa de Choque estava nos arredores, pronta para agir.  É vergonhoso que a mesma Justiça, que tem se mostrado cada vez mais morosa e suscetível a pressões políticas no julgamento das 12 Ações Civis Públicas movidas pelo Ministério Público Federal (MPF) contra as ilegalidades e violações de direitos humanos no processo de licenciamento ambiental de Belo Monte, tenha expedido o interdito proibitório favorável à empresa em apenas algumas horas.

A ação inédita de ocupação do canteiro de obras de Belo Monte partiu de uma decisão soberana e autônoma de pescadores e indígenas da Bacia do Xingu, e foi considerada por estes o marco de uma nova aliança na luta contra a hidrelétrica. O reconhecimento mútuo e o acordo firmado esta semana entre os segmentos que mais sofrerão com a destruição do Xingu foi visto como uma nova etapa, mais forte e ampla, da luta contra Belo Monte.  A parceria entre indígenas e pescadores, inédita, mostrou que os povos do Xingu estão unidos em defesa do rio, da natureza e do seu modo de vida tradicional.

A nossa resistência contra este projeto de destruição chamado Belo Monte permanece inabalável. A ocupação foi um recado claro para o governo Dilma Rousseff de que a luta pela proteção do Xingu está mais viva do que nunca. Se o governo federal insistir em continuar violando os nossos direitos, dos povos indígenas e comunidades tradicionais, outras ações de resistência virão.

Altamira (PA), 28 de outubro de 2011.

Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira – COIAB
Comissão Pastoral da Terra – CPT
Conselho Indigenista Missionário – CIMI
Movimento Xingu Vivo para Sempre – MXVPS

http://www.cimi.org.br/site/pt-br/?system=news&conteudo_id=5905&action=read#

Transcrição da aula pública do Vladmir Safatle

Aula Pública n° 03 com Prof° Vladmir Safatle em 26/10/2011

“Na verdade vocês são uma peça na engrenagem que se montou de uma maneira completamente inesperada e imprevisível em várias partes do mundo. Existem certos momentos na história onde um acontecimento aparentemente localizado, regional, tem a força de mobilizar uma série de outros processos que vão ocorrendo em várias partes do mundo. Ou seja, as ideias quando elas começam a circular desconhecem espaço, não conhecem as limitações do espaço, elas constrõem um novo espaço. E de uma certa maneira, vocês aqui são uma peça de uma ideia que aos poucos vai construindo um novo espaço, através dessas mobilizações mundiais que tocam várias cidades, Nova York, Cairo, Túnis, Madri, Roma, Santiago e agora São Paulo. Gostaria de lembrar para vocês um exemplo que me parece bastante interessante, de como uma ideia pode ignorar o seu espaço original. Existe um fato histórico, muito impressionante e que nos toca de uma maneira relativamente próxima, por que diz respeito a uma coisa que hoje o Brasil esta envolvido, que é a revolução no Haiti em 1804.

Foi a primeira revolução feita por escravos, escravos que se libertaram do domínio francês. Aconteceu um fato bastante impressionante no interior dessa história que é mais ou menos o seguinte. Em 1793, a Assembléia Nacional Francesa, Assembléia Revolucionária Francesa – graças aos jacobinos – resolveu abolir a escravidão nas colônias. Era o resultado de um princípio, princípio da igualdade radical. Se nós defendemos a igualdade radical não é possível que a igualdade valha apenas nesse país e não valha em outro lugar, ela deve ser incondicional, deve desconhecer espaço e deve desconhecer tempo, então ela vale tambám para as colônias. Quando Napoleão assume o poder, tenta rever esse decreto, ou seja, fazer com que a escravidão voltasse a operar nas colônias. Os haitianos se sublevam, e Napoleão manda tropas ao Haiti. E acontece um dos fatos mais impressionantes da história nos últimos 200/300 anos. No momento da guerra, quando as tropas francesas estão de um lado e as tropas haitianas do outro, os franceses comecam a ouvir, cantado do outro lado, a Marselhesa – o hino francês, hino da revolução francessa. Isso arrebentou moralmente com as tropas francesas, eles perderam a guerra. Começaram a se perguntar ‘Afinal de contas, contra quem estamos lutando? Nós estamos lutando contra nós mesmo, contra nossos ideiais que agora se voltam contra nós. Por que na boca desses ex-escravos esses ideais sao mais verdadeiros do que na nossa própria boca.’

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Hoje, 19h., Conversa Sobre "Menin@s de Rua"

@s menin@s estão nas ruas, nas portas dos bancos e nas capas de jornal. Chorando e odiando, sofrendo e gozando.
Estariam excluídos de onde e incluídos onde?
Como pensarmos uma nova configuração social, um novo mundo pautado na liberdade, levando em consideração a necessidade de limites? Qual o alcançe do papel desempenhado pelo Estado nas estruturações familiares? Como pensarmos o processo de inclusão social sem violar o princípio das diferenças subjetivas numa democracia?

Conversação sobre educação, laço afetivo-social e políticas públicas para “menin@s de rua” com Luanda Francine / Educadora e Psicanalista

Hoje às 19h. no Acampa Sampa | Ocupa Sampa.