Les occupants interrompent la fermeture du rapport final du Rio +20 document

Rio de Janeiro, Brésil – Deux membres du mouvement ont interrempu la presse finale de la conférence  de Nations Unies Sommet de la Terre Rio +20 sur le développement durable, en dénonçant le document final comme non représentatifs des voix dans la lutte contre la dégradation de l’environnement et de l’oppression . Les occupant du Wall Street membre Alexandre Carvalho et Ocupa Sampa Ana Maryana Sant ‘Ana infiltraient la salle de midia de la conférence , sans identification, assisaient à proximité des panélistes, et attendaient jusqu’à ce que la plénière commençaient, à 14 heures de Brasília.

Lorsque l’un des haut-parleurs a commencé son discours, citant la cause de la dégradation de l’environnement et le crash de l’économie mondiale n’était pas à grace de les banques, mais plutôt à l’incapacité des gouvernements à prendre des mesures, les deux militants ont emmenée au centre de la salle, attrapé deux fleurs qui étaient décoré le devant du panneau, et dit: «Ils ne nous représentent pas! Nous voulons une vraie démocratie! Nous sommes ici pour annoncer un nouveau temps, un temps de l’imagination, la poésie et pas écocide! Pas de génocide GÉNÉRATIONNEL!” Toute suite, ils ont été saisis à force et exclu de la salle par le personnel de l’ONU.

Le document final de Rio +20 a été marqué par la frustration générale, avec de nombreuses voix, dénonce sa manque d’ambition, d’urgence, et d’un réel engagement pour l’environnement. Alors que les dirigeants des États-Nations  le document, les membres de la société civile et les ONGs ont menacé de retirer leur soutien à la déclaration finale.

Corporations assumées par l’ONU mépriser les vraies solutions qui viennent de la base des mouvements sociaux” a déclaré Sant’Ana. “La tentative de commercialiser le capitalisme vert comme une solution de les problèmes environnementaux du monde est une farce – la solution est dans la solidarité internationale, des technologies renovable, et une conscience du monde nouveau.

Une pétition des gens et l’impératif Open Source, les états fondamentaux, peut être trouvée ici: www.occupytheearth.net

Contact:
Revolutionary Games, #Occupy Wall Street – USA
Email: ac3018@nyu.edu

#Ocupa Sampa – Sao Paulo
Email: ocupasampa@riseup.net

Empört einzufallen Pressekonferenz der Abschlussdokument der Rio +20

Rio de Janeiro, Brasilien – Zwei Mitglieder der Bewegung besetzen die Pressekonferenz der UN-Konferenz über nachhaltige Entwicklung, Rio +20 eingedrungen und behauptete, dass das endgültige Dokument gibt nicht die Stimmen, die Bekämpfung von Umweltzerstörung und Unterdrückung. Besetzen Sie Mitglied der Wall Street, und ein Teil des Alexandre Carvalho nimmt Sampa, infiltriert Maryana Sant’Ana die Konferenz, die stattfinden in dem Raum P3 wurde – 7 und setzte sich neben den Referenten warten auf den Beginn der Konferenz für 02.00 Uhr geplant, die Köpfe hatten der Staat, Botschafter und hochrangige Vereinten Nationen.

Wenn eines der Mitglieder des Vorstandes begann seine Rede mit dem Hinweis, dass die Ursache der Umweltzerstörung und dem Zusammenbruch der Weltwirtschaft sei nicht auf Banken, sondern von der Untätigkeit der Regierungen, besetzten Aktivisten der beiden vorderen Platte, die zwei Blumen nahm waren schmücken den Ort, und sagte: “Sie repräsentieren nicht uns! Wir wollen eine echte Demokratie! Wir sind hier, um eine neue Zeit, eine Zeit der Phantasie, Poesie und Umweltzerstörung nicht ankündigen zu können! NICHT zum Völkermord zwischen Generationen! “Als sie aus der Kraft des Raumes wurden von UN-Sicherheitsrates entfernt.

Das Abschlussdokument der Rio +20 wird durch eine weit verbreitete Frustration mit vielen Stimmen zur Kündigung des mangelnden Ehrgeiz, Dringlichkeit und echtes Engagement für die Umwelt gekennzeichnet. Während die Staatschefs eine leere Diskurs in Bezug auf das Dokument und Verhandlungen haben, drohten Mitglieder von Organisationen der Zivilgesellschaft und NGOs, um ihre Unterstützung der Schlusserklärung zu entfernen.

“Die Kontrolle der Konzerne innerhalb der Vereinten Nationen untergräbt die wirklichen Lösungen von der Basis sozialer Bewegungen kommen”, sagt Santana. “Der Verkauf von grünen Kapitalismus als die Lösung der Umweltprobleme der Welt ist eine Farce – die Lösung liegt in der internationalen Solidarität, der Open Source-Technologien und einer neuen Welt Bewusstsein.”

Eine öffentliche Petition und der Imperativ des Open Source (freie Software), können grundlegende Aussagen hier zu finden: www.occupytheearth.net

Kontakte:
Revolutionäre Spiele, besetzen # Wall Street – USA
E-Mail: ac3018@nyu.edu

# Takes Sampa – Sao Paulo
E-Mail: ocupasampa@riseup.net

Ocupas+Xingu [em belém]


Aconteceu durante os dias 13 a 17 de junho o Xingu+23 – o Encontro dos Povos da Amazônia – que contou com a participação de comunidades indígenas e quilombolas, ribeirinhos e ativistas de diversos lugares do Brasil e do mundo. Muitas ideias, práticas e opiniões foram compartilhadas a respeito dos reflexos da Usina de Belo Monte na vida de todos, assim como estratégias foram discutidas a fim de parar a construção desta usina.
Um destes grupos era o dos guerreiros mundurukus, oriundos do rio Tapajós, que mesmo não sendo atingidos diretamente pela construção da Usina de Belo Monte, caminharam dois dias e uma noite para participar do encontro, se solidarizando com a causa que é comum a muitas comunidades indígenas, e demonstrando assim toda sua indignação para com a maneira como a natureza, especialmente os rios, têm sido ostensivamente mercantilizados. Enquanto isso seis hidrelétricas estão sendo planejadas no Rio Tapajós, o que talvez explique a intensidade de suas ações.
O que nós podemos aprender com isso? Tal demonstração de força nos leva a crer na necessidade de apoio mútuo – de uma mobilização maior; a ausência de diálogo, reflexo da infinidade de labirintos burocráticos que caracterizam nosso sistema de organização social desempoderando-nos, mina o poder de influência sobre as decisões políticas que afetam nossas vidas; a presença e ação dos Mundurukus, revela-nos a interdependência de uma luta que não é somente das comunidades afetadas, mas sim de todos nós – a Usina de Belo Monte e a Usina de Tapajós não são processos isolados, mas sim sintomas de uma política de desenvolvimento que nos mantém no papel de colonizados, exportando energia bruta; a urgência de tais ações nos tira do imobilismo e mostra a necessidade de atitudes mais contundentes. Belo Monte já é um problema real e Altamira é um reflexo disto.
Inspirados por toda esta força, ocupamos a praça da Trindade. Nós, membros dos Ocupas Belém, Sampa e São Luís, com muita indignação, retomamos o espaço público a fim de se contrapor não só à posição do Brasil na atual economia globalizada, mas também a própria lógica do capitalismo global. Entendemos que a prática de construção de barragens nos rios da Amazônia não é do interesse da população, mas sim das empreiteiras, dos políticos bancados por elas e dos grandes produtores de capital interessados na produção de energia barata, que desconsideram, ao contrário do que nos dizem, os custos socioambientais. Sabemos que é necessária a integração de esforços de todos para isso – saudamos e nos inspiramos pela iniciativa da Ocupa dos Povos, no Rio, que também busca ser um ponto de questionamento conjunto.

Quem se preocupa ocupa! Esta praça também é sua, estes rios são de todos nós. Venha compartilhar, construir, trocar experiências! Seja em praças, ruas e rios, ocupar é preciso! Do dia 19 ao dia 21, a Praça da Trindade é a Praça Xingu!

Xingu +23, 14.06: Um dia de depoimentos


Via MXVPS – Publicado em 14 de junho de 2012

Xingu +23, primeiro dia de trabalho. Logo cedo, os cerca de 200 acampados que haviam chegado no dia anterior foram despertados pelo som alto de uma sirene, vindo das bandas do canteiro de obras Belo Monte que se esparrama do outro lado da Transamazônica, em frente à Vila de Santo Antonio. Pouco depois, o estrondo das dinamites, e o chão tremeu. É assim todos os dias, contam os poucos moradores que ainda restam na antiga comunidade, praticamente deserta depois do despejo da maioria das famílias.

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Ocupa dos Povos – Ocupe a Rio+20 e a Cúpula dos Povos

Xs companheirxs do OcupaRio estão organizando uma acampada paralela à realização da Rio+20 / Cúpula dos Povos e estão chamando todxs xs ocupas que estarão no Rio para que se unam a elxs na construção dessa ação. Segue chamado:

“O OCUPARIO vai receber todos os companheiros das ocupas do mundo que chegarem na cidade para manifestar junto durante a Cúpula dos Povos e a Rio+20. Para atender a todos no melhor dos modos pedimos que informem data de chegada e número de visitantes enviando email para ocupario@gmail.com. Receberão as infos e os contatos direto com a OcupaRio.
Nos vemos no OcupaRio!”

O ENCONTRO DEFINITIVO TÁ MARCADO PRA PRÓXIMA QUINTA-FEIRA, DIA 14/06/12, 18H30, NA PRAÇA PARIS, NO RIO DE JANEIRO. JÁ É PRA LEVAR AS BARRACAS (e tudo o mais!).

Relato da última assembléia no Rio:
http://ocupario.org/2012/06/05/reuniao-geral-segunda-1106-ocupa-dos-povos/

Mais informações em: http://ocupario.org/

Microboletim n.3 – Xingu+23 – Preparativos

Muita atividade por aqui. Ontem de tarde tomamos sorvete de bacuri, de castanha, de pavê de cupuaçu. De noite rolou um tacacá. A programação do Xingu+23 está fechada, vai ser publicada já já. Vamos agora fazer os últimos corres na cidade. Em seguida nos deslocaremos entre hoje e amanhã para a vila Santo Antônio, e estamos esperando por vocês. Venham pra Altamira, ou acompanhem com atenção daí as novidades do encontro que começa depois de amanhã.

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PS.: A vaquinha do evento precisa de doações urgentes. As contas estão começando a cair (os ônibus já saindo, comida que precisa ser comprada ao menos pra amanhã, materiais pra imprimir neste momento, e isso só das tarefas em que estamos mais ou menos envolvidos) – e o orçamento disponível ainda não fecha por completo. Aqui todo mundo mata um leão por dia, faz malabarismos reduzindo gastos e criando coisas, trabalha pra carácoles e faz a coisa acontecer. Pequenas doações, cheias de compromisso e generosidade, estão ajudando a garantir os primeiros pagamentos. Você tem R$ 10 para contribuir? Tem mais? Conhece outras pessoas que podem ajudar? Essa é a ajuda mais crucial que você pode dar agora para frear a usina.

Boletim n.2 – Xingu+23 – Caronas e Altamira

Começa agora o segundo relato dos paulistas urbanoides se surpreendendo a cada carona com a grandeza amazônica.

Saímos de Belém anteontem, quinta dia 7, no primeiro horário do navio-motor Jarumã, em direção à cidade de Moju. Vamos contar da nossa viagem aquilo que achamos que vai instigar a curiosidade de vocês, além deixa-los bem informados sobre esse trajeto de Belém a Altamira, que é cheio de boas “lições de Amazônia” – e de carona na Amazônia. Abram aí o mapa pra acompanhar o trajeto (http://goo.gl/maps/G8y1), que é o mesmo do ônibus Belém-Altamira – fora este primeiro trecho que fizemos pelo rio.

Antes da saída, em Belém, vimos nossa conhecida empreiteira Andrade Gutierrez atuando na construção do BRT (Bus Rapid Transport), um sistema normal de corredores proposto pelo prefeito tranqueira Duciomar Costa, cuja implantação está causando transtornos na Avenida Júlio César, que leva do aeroporto ao centro, no Entroncamento, que é o coração viário da cidade, e na avenida Almirante Barroso, que junto com a Pedro Álvares Cabral – o milico e o colonizador – é o principal eixo entre o Entroncamento e o centro velho.

Precisa lembrar? Ao lado das outras gigantes construtoras brasileiras (os nomes em foco são Odebrecht e Camargo Corrêa, mas há uma dezena de outras pouco menores), a Andrade Gutierrez fez doações polpudas à campanha da Dilma e do Kassab – e ao Serra também, para sempre estar ao lado de quem vence -, e hoje ganha a concessão de muitas dessas grandes obras no Brasil e em outros países latino-americanos. Ela integra o consórcio que está construindo Belo Monte, tem interesse no projeto da Nova Luz e executa obras da Copa e das Olimpíadas.

Com o BRT de Belém acontece aquela velha história: licitação suspeita, orçamento idem, populações desapropriadas de maneira brusca, planejamento capenga causando mais transtornos do que seriam necessários. Em fevereiro, o Comitê Metropolitano do Xingu Vivo participou de um protesto organizado por entidades sindicais e outras organizações. Depois desse ato (que não foi tão grande), a indignação da cidade ficou silenciosa: hoje os jornais apenas noticiam e os moradores apenas reclamam dos incômodos das obras, mas o projeto segue.

Voltando a nossa jornada… acordamos cedo, arrumamos nossa mala pra carona e fomos ao Ver-o-Peso pegar o barco até Moju. Era necessário sair de Belém, porque ninguém dá carona nas rodovias das cidades grandes: o melhor é alcançar a primeira cidade logo depois da metrópole. A embarcação não saía do porto do Ver-o-Peso, mas sim de outro embarcadouro um pouco à frente, passando o Forte. O barco segue por uma hora pela baía do Guajará até um lugarzinho chamado Arapari, e de lá tem um transbordo já incluso na passagem, para mais uma horinha de ônibus até Moju.

Para chegar à cidade é preciso atravessar o rio Moju. Ele é um dos braços do estuário do rio Amazonas (o mapa explica). Quando virem a extensão de margem a margem, lembrem-se que, na bacia amazônica, isso deve ser apenas um rio de porte médio.

Em Moju fomos pra saída da cidade, na PA-457, de onde seguimos no rumo sul passando por Tailândia e Goianésia. Nesta última cidade, pegamos outra estrada pra oeste em direção a Breu Branco e, finalmente, Tucuruí. Esse era o destino final do primeiro dia. Daí pra frente é pegamos a Transamazônica.

Antes e depois de Goianésia dá pra ver muitas plantações de eucalipto, que parecem ser lotes de “reflorestamento” para “compensar” a extração de madeira “legal” na floresta. Durante toda a viagem, aliás, as estradas estão ladeadas de muito pouca mata, o que ajuda a entender uma das estratégias mais fortes do projeto de colonização da Amazônia que vigora desde o regime militar: a abertura de estradas, dentre as quais a Transamazônica teve papel marcante, não resulta apenas na criação de vias de acesso terrestre rápido a regiões que antes dependiam sobretudo das vias fluviais; ela também arrasta junto o povoamento das terras por grandes e médios agricultores de outros estados, o desmatamento voraz para a extração de madeira e a posterior abertura de pastagens e cultivos, e com isso a lenta mas constante e visível transformação da paisagem amazônica em arranjos que lembram muito a zona rural do sudeste e do centro-oeste.

Chegando a Tucuruí está a maior hidrelétrica do estado do Pará, talvez da região Norte. Ela foi construída durante os últimos anos do regime militar, e suas comportas foram fechadas em 1984. Vejam no mapa a enormidade do lago que se formou. Esse é o rio Tocantins, que também é afluente do Amazonas. Ao longo da PA-457, à direita de quem vem, corre o linhão de transmissão que leva a energia gerada em Tucuruí para a cidade de Belém.

Um das pessoas que nos deram carona entre Tailândia e Tucuruí contou que as cidades que estão na beira do Tocantins a jusante da barragem (ou seja, depois dela) foram muito gravemente afetadas pela diminuição da vazão do rio. Eram comunidades ribeirinhas que viviam do peixe, e que agora não conseguem mais pescar (além do fluxo de água, também houve alterações no trânsito dos peixes rio acima e abaixo). Nenhum programa de compensação ambiental ou social da Eletronorte, segundo eles, enfoca essas cidades. Portanto, vinte e cinco anos depois, elas ainda não conseguiram adaptar seus modos de vida para forjar outras alternativas de subsistência menos dependentes do rio. A fome é uma realidade presente ali, em pleno contexto amazônico.

Mas o pior de tudo foi ouvir que essas mesmas comunidades não tinham fornecimento de energia elétrica até uns dois anos atrás, quando o programa Luz para Todos chegou àquela região. Imaginem só: às barbas da 4ª maior hidrelétrica do mundo, as moradoras dessas vilas conviveram durante quase 30 anos com esse inconveniente vizinho sem usufruir de um wattzinho sequer.

A estrada passa por cima da barragem de Tucuruí; os vertedouros quase sempre estão fechados, mas a visão mesmo assim impressiona.

Dormimos na Vila da Eletronorte, um bairro muito diferente do restante da cidade (imaginem aqueles subúrbios bucólicos dos filmes estadunidenses, e acrescentem a informação de que lá ninguém paga eletricidade). Fica perto da saída para seguir viagem, e isso era uma vantagem para nós. Duas irmãs que cozinham comida típica paraense para vender nas feiras de rua, nos abrigaram pela noite. Quando caminhávamos para a casa delas, a filha de uma delas nos disse: “A economia da cidade hoje é só comércio e Eletronorte”. A marca da empresa pública que controla a usina de Tucuruí é realmente visível em todos os lugares, e na vila mais ainda.

Chegamos no meio da “Semana do Meio Ambiente” promovida pela empresa, com palestras, oficinas, atividades de recreação infantil e educação ambiental, e uma quermesse que acontece no pátio da igreja da vila durante todos os fins de semana de junho. Era a Eletronorte promovendo a conscientização da população, porque cuidar do meio ambiente só depende de você. Havia barraquinhas de comida (quermesse paraense tem vatapá e maniçoba), bandeirinhas, e imensas caixas de som mandando ver no Luan Santana e no tchum-tchá-tchá-tchum, mas também no brega, no tecnobrega, nas bandas do boi de Parintins como o Carrapicho, no carimbó e nos grupos paraenses de funk e forró. O mercado da produção musical no Pará deve estar muito vigoroso desde que o tecnobrega reinventou e horizontalizou as estruturas de gravação e distribuição por aqui.

Distante da festa, uma fanfarra de rua parecida com a nossa bateria autônoma, a Fanfarra do M.A.L. – Movimento Autônomo Libertário – ensaiava seus toques. Era uma moçada de escola, adolescente, que mandava muito bem. Não deu pra filmar.

O segundo dia foi talvez mais cansativo, mas também menos cheio de acontecimentos. De Tucuruí se pega uma estradinha por 80 km até que se alcança a Transamazônica na cidade de Novo Repartimento. Temíamos que o dia fosse muito devagar, por estar bem no meio do feriado, mas tivemos sorte em encontrar caronas bem diretas e felizmente às 19h já estávamos todas em Altamira.

Não pegamos nenhum trecho transamazônico enlameado, só muito buraco e poeira. É meio duro e árido viajar por lá. A gente definitivamente não se sente no meio de uma floresta equatorial. Às vezes os quatrocentos quilômetros que separam Repartimento de Altamira parecem infinitos. Nós os percorremos em oito horas, que poderiam ser mais se tivéssemos tido menos sorte. Não desanimem nessas horas finais, essa aridez passa e a proximidade com o rio Xingu acolhe!

Ao longo da Transamazônica é possível ver as entradas dos travessões, que são as vicinais da rodovia. Vejam no mapa esse formato de “espinha de peixe” da estrada. Dá pra reparar na maneira com que os travessões funcionam como as portas pelas quais esse movimento de “colonização” da Amazônia vai se infiltrando na floresta.

Antes de Altamira estão as cidades de Pacajá e Anapu. Esta última foi a morada de irmã Dorothy durante todos os anos em que ela trabalhou aqui na Amazônia, e lá ainda funciona o seu PDS – Projeto de Desenvolvimento Sustentável – que, criando condições de autonomia para os agricultores da região, enfureceu os mandantes do seu assassinato.

Muitos quilômetros depois de Anapu, começam a aparecer plaquinhas da Norte Energia indicando a desapropriação de alguns terrenos ou a realização de obras de preparação da usina.

Para chegar em Altamira, a Transamazônica atravessa o rio Xingu. Não há ponte. A travessia é feita numa balsa, que ultimamente anda sobrecarregada de veículos nos “horários de pico”. Ouve-se a queixa de que o fluxo de gente e de máquinas cresce mês a mês, e de que começa a haver fila para a balsa.

Nesse ponto é que vemos pela primeira vez o rio Xingu.

A comunidadezinha onde a balsa se localiza – bastante desolada pra quem vê – se chama Belo Monte. Do lado de lá ainda é Anapu, e do lado de cá começa o município de Vitória do Xingu, de onde faltam apenas setenta quilômetros para Altamira. Da balsa até a comunidade de Santo Antônio (que ainda faz parte de Vitória) são vinte, e de lá ao centro de Altamira são mais cinquenta. A Vila de Santo Antônio é o ponto J do mapa.

Dá pra ver, à direita da estrada, o campo de futebol onde vai estar rolando o encontro.

Chegando aqui em Altamira fomos recebidos na sede do Movimento Xingu Vivo Para Sempre, todos muito solícitos e atarefados com os mil preparativos do Xingu+23. Estamos alojados com jornalistas, fotógrafos e ativistas da causa, compartilhando uma cozinha coletiva, salas e varandas cheias de redes e muita motivação. O assunto é quase que um só: articulação, realização e divulgação do encontro, idéias de todo tipo tomando as formas mais inusitadas.

Hoje, sábado,o dia foi mais tranquilo. Alguns de nós passamos a tarde escrevendo textos, subindo fotos, respondendo e-mails e desenhando cartazes; outros visitaram a Vila de Santo Antônio e viram de perto o estrago da Norte Energia acompanhados de moradores locais. E, no começo da noite, ainda rolou uma reunião.

Agora escrevemos esse relato e encerramos nosso “horário comercial” aqui no Pará. Quem sabe role um forró noite adentro… Nos vemos logo logo!

XINGU+23 – OCUPE! Esse rio é nosso! – Boletim n.1 – Xingu+23 – Belém

Boletim n.1 – Xingu+23 – Belém

Este é o primeiro relato de uma série que pretende contar os passos de uma jornada que se inicia no coração vivo do capitalismo nacional, São Paulo, e se embrenha na floresta tropical, em uma das regiões mais preciosas de toda a Amazônia brasileira, para fazer frente a uma das maiores insanidades já vista pelos povos da floresta. A mais grave ameaça ao rio Xingu.

Os primeiros quatro personagens desta história embarcam em São Paulo rumo à capital do estado do Pará. A maneira mais rápida e barata encontrada para chegar em Altamira tem como escala Belém, a “metrópole da Amazônia”. Com aproximadamente 1,5 milhões habitantes e 400 anos de história, a cidade tem a maior densidade demográfica de toda a região norte do país e o 5º metro quadrado mais caro do País. Às portas da maior e mais biodiversa floresta do mundo, a metrópole revela a mesma pobreza e exlusão de todas suas congêneres no restante do país.
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Xingu+23 – Ocupe! Esse rio é nosso!

Xingu+23 – Ocupe! Esse rio é nosso!
Altamira – De 13 a 17 de junho
Mais informações em: www.xinguvivo.org.br/x23
Comitê SP: http://xingu23sp.noblogs.org/

Rectech 2012 em São Paulo!

Rectech/Encontro Tech é um forum internacional de e para techies (técnicos/as que trabalham em projetos que visam uma mudança social)!!

Este ano, o envento conta com a presença de várias pessoas de coletivos técnicos de outros países como México, EUA e Alemanha, discutindo formas tecnológicas de atuação e proteção. Essa é uma oportunidade única para entrar em contato com grupos do Brasil e de outros países que lidam com estas questões. 🙂

Qualquer um/a que esteja envolvido/a com o desenvolvimento de sistemas/ferramentas para ajudar a construir uma mudança social está convidado/a a participar deste encontro.

O Rectech São Paulo 2012 ocorrerá dois dias antes do Simpósio Internacional em Tecnopolítica e contará com atividades noturnas para quem não puder comparecer durante o dia.

Confira a Grade Horária

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Rectech 2012

Quando: 12/06/2012 e 13/06/2012 – das 14:00 às 22:00
Onde: Centro de Cultura Social (CCS) – São Paulo – Brasil – http://www.ccssp.org/ccs/
Endereço: Rua General Jardim, 253 – Sala 22 – Vila Buarque – Próximo ao metrô República
https://rectech.sarava.org