A sociedade civil organizada realizou entre 13 e 17 de junho no Pará o encontro Xingu+23 para marcar posição contra a construção de Belo Monte. Perseguir ativistas que participaram do evento foi a resposta do Estado e do consórcio construtor da usina (CCBM). Logo após o fim do encontro, a polícia civil do Pará solicitou à Justiça a prisão preventiva de 11 pessoas acusadas de participar de protestos. Mas como toda ação tem uma reação, essa não ficou sem! Ontem (5 de julho) realizamos um ato em solidariedade aos 11 do Xingu (e a todos os outros que sofrem diariamente por lutarem contra a construção de Belo Monte). Nos concentramos às 17h30 em frente a estação da Luz e caminhamos até o antigo prédio do DEOPS (Departamento Estadual de Ordem Política e Social), hoje Memorial da Resistência.
Durante o ato tivemos música, projeções, palavras de ordem e muita conversa sobre o ocorrido. A presença da bateria autônoma trouxe energia e força às palavras. Todos cantavam juntos em defesa dos processados e contra a construção da usina. Na parede do Memorial da Resistência eram projetadas cenas e fatos sobre os 11 ativistas que estão sendo criminalizados e também sobre o contexto em que se dá a construção de Belo Monte como um todo. Cerca de 50 pessoas fecharam uma das vias da Rua Mauá para assistir as projeções que apontavam ao que está acontecendo em Altamira, e também em São Paulo, Rio de Janeiro e tantos outros lugares em que direitos seguem sendo sistematicamente violados e os movimentos sociais passam por uma crescente repressão e perseguição política.
Enquanto manifestávamos nossa indignação com tudo o que vem acontecendo no Xingu, é claro que a polícia apareceu. Logo um comandante veio exibir o que aprendeu sobre negociação na academia militar e calmamente solicitou: “liberem a via ou vamos atuar” (segundo palavras do próprio). Liberamos a via, não desejávamos o confronto. Nosso objetivo ali era outro. Estávamos ali em solidariedade a todos aqueles que foram ou são perseguidos (mesmo que hoje vivamos num suposto regime democrático). Estávamos ali pelos 11 do Xingu (um jornalista, um padre, uma freira, um pescador, missionários indigenistas e um documentarista) e todos os outros que lutam por um outro sistema!
Hoje, amanhã e sempre, Somos Todos Xingu!
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