Relato de um acampado

I o impossível é possível

“O que vocês querem?” tem sido a pergunta mais repetida às pessoas que decidiram acampar sob o viaduto do Chá, desde 15 de outubro. Essa pergunta tem sua razão de ser em um mundo no qual manifestações e atos políticos têm objetivos claros e são endossados por uma massa coesa, com pensamentos bem formados acerca do tema e cujas idéias já todas foram anteriormente discutidas, geralmente por uma categoria de pessoas bem informadas, bastando para tais grupos a luta, ou a divulgação, de tais ideais. Desde 15 de outubro, o que vem acontecendo neste grupo de pessoas é o contrário. Existem algumas pautas, mas de maneira alguma o movimento se resume a elas. O que se pode afirmar com segurança é que se trata de pessoas descontentes com o modo atual de vida; indignados que foram às ruas, ao espaço público, e que demandam uma outra economia, uma outra política, uma outra sociabilidade.

Neste espaço quero compartilhar algumas reflexões e elaborações sobre as duas primeiras semanas, período que experienciei intensamente e quase que integralmente o acampamento. O acampamento tem se autogerido, não havendo líderes. Ao visar uma política feita não somente para as pessoas, mas sim pelas pessoas, o acampamento tem buscado a horizontalidade nas decisões. Sua força advém precisamente da participação e da iniciativa dos envolvidos. Esta é uma característica importantíssima: sem a iniciativa de cada uma das pessoas ali, nada acontece. A participação não é mero fim. Não teria como ser de outra forma, e aí voltamos para a diferença desse movimento para com outros cujas pautas já são definidas de antemão: ninguém sabe exatamente o objetivo final, pois isso é impossível. Como poderia ser uma construção feita por todos se ninguém participou dela ainda? Isso instaura uma fissura no modo como vivemos, uma vez que a maioria dos caminhos adotados e pensados em nossa vida nunca foi realmente democrática. Sendo assim, a potencialidade estaria no processo pelo qual as transformações ocorrerão. Aqui se tem um mínimo comum: uma vontade de construir, que de mínima nada tem. Disso partiram inúmeras iniciativas que aproximaram as pessoas de uma maneira inesperada: a política voltou às ruas, sua real morada, e a indiferença da grande metrópole não pode continuar impassível. Quem passa pelo viaduto observa curioso; quem participa do acampamento, mesmo que por pouco tempo, recupera um pouco da humanidade perdida pelo modo de vida moderno. Ali as pessoas voltam a sentir e a reconhecer que estão envoltas por outras pessoas. Estudantes, moradores de rua, donas de casa, trabalhadores ou não, estão todos construindo juntos; o manto da indiferença cai e o diálogo retorna.

Três princípios fizeram com que esse processo fosse povoado pelas pessoas: o consenso, o apartidarismo e a não-violência. Da idéia de as decisões serem tomadas de forma consensual surgiu a necessidade de discuti-las e pensa-las melhor; espaço no qual decisões unilaterais não conseguem ganhar força. Ao invés de simplesmente apresentar as propostas e esperar a contabilização dos votos, as diversas idéias e propostas necessariamente são confrontadas e postas à prova. Certamente algumas vezes o consenso não será possível, mas o fato de colocá-lo enquanto horizonte propulsiona um debate muito rico e faz com que as partes envolvidas conversem de fato. Ao invés das conhecidas assembleias, na qual grupos brigam e tentam de todas as maneiras impor um pensamento e conseguir 50% mais 1 voto, o que ocorre é a tentativa de melhorar as propostas e ouvir as divergências; contradições são explicitadas e trabalhadas . O caminho é árduo, pois não estamos acostumados a ouvir e pensar de maneira não competitiva e aberta ao diálogo com o diferente, características amplamente desestimuladas pelo atual sistema.

O apartidarismo advém da ênfase de que a construção dos rumos da ocupação seja feita por quem está de fato envolvido e participante nela. Isso barra a imposição de sentidos externos aos envolvidos na construção do movimento. Obviamente que cada um que participa tem suas concepções advindas de outros lugares, porém elas não poderão se sobrepor às do grupo. Assim evita-se o famoso aparelhamento, fenômeno no qual grupos externos, geralmente partidos, ditam os rumos do movimento em questão, cabendo a este somente o trabalho de executar as tarefas destinadas e funcionar como um braço de divulgação de pautas.

As respostas não podem se sobreporem às perguntas; esse movimento contesta a própria ordem dos discursos na qual nos é pedido unicamente a aceitação de respostas alheias e externas. Isso é muito pouco. A liberdade é indissociável da enunciação das questões por parte de um sujeito[R1] . Não seria uma contradição ter respostas prontas de antemão e esperar a participação das pessoas no processo? O grito “Não nos representam” é central, pois retorna aos sujeitos o poder de pensarem por si sós e de abolirem intermediários que pensam e agem por nós, seja no saber, seja na política; retornemos ao sujeito a atitude de elaborar tanto as respostas quanto as perguntas. Não seria demais lembrar que esta é a contraposição ao fascismo, a contraposição à uma massa indiferenciada.  A mensagem serve à mídia também, detentora do poder de emitir e formar opiniões; não é possível discutir com a televisão, a única opção possível é a escolha entre mantê-la desligada ou ligada. A disseminação das mídias independentes pela internet é um forte antídoto e retoma o poder de enunciação aos sujeitos; ainda há uma intermediação e uma classe de pessoas especialistas em comunicar algo, independentemente de seu conteúdo, mas isso é assunto para outras discussões.

Por fim, o eixo da não violência, o qual primeiramente se dirige ao não confronto direto com a polícia. Nós estamos com a razão. Estamos mostrando como a violência necessária para manter esse sistema é muito maior do que qualquer manifestação poderia fazer, ou então, como disseram faz pouco tempo: a crise financeira de 2008 conseguiu destruir a propriedade privada de uma maneira que Lenin jamais poderia sonhar .   Não agiremos com as mesmas armas, pois o que propomos é não entrar no jogo cujas cartas já estão marcadas. Estamos acampados pelo amor.

Há um segundo sentido para a não violência, não tão usual, mas igualmente importante; conheci-o por intermédio de uma pessoa muito querida, em uma das inúmeras conversas especiais durante esta ocupação. Para ela, a violência é agir de uma só maneira independentemente das situações, é ter um só método de abordar o real. Diante da fixidez do pensamento as pessoas e suas belas iniciativas sucumbem. Não há fórmulas para todas as ações, uma vez que estamos em contínua mudança e; onde aparentemente vemos a semelhança, talvez exista a diferença. Novas formas de ser estão brotando e nada seria mais violento do que tentar classificá-las antes de conhecê-las. O que elas propõem de diferente? Qual é seu núcleo crítico? Isso tudo desconcerta os velhos e confortáveis mundos.

 

II Sejamos realistas, demandemos o impossível

A potência desta manifestação é precisamente – creio eu – a tentativa de ser o que se quer, ainda que isto esteja em estado inicial.  Experimentamos todos os dias a construção de um novo modo de existência coletiva.

Somos tudo menos idealistas, pois estamos lidando diretamente com a realidade concreta, precisamente com a brasileira, inseparável da grande desigualdade e das relações de poder que a sustentam. Estamos sendo postos à prova diariamente, ao chegarmos de grupos sociais completamente distintos, compartilharmos o mesmo espaço e trabalharmos juntos para manter o acampamento funcionando. Lindo é este processo, pois libera as iniciativas de cada um das amarras e possibilita soluções diversas, além de tornar cada um diretamente responsável pelo que dá certo ou errado. No meio disso, as contradições silenciosas do sistema são explicitadas e conjuntamente constroem-se as respostas. Nada melhor do que partir do pressuposto de que o sistema está em nós, nós somos o sistema, e em cima disso trabalharmos na mudança. Da prática e do particular está ocorrendo uma liberação dos desejos e atitudes, valorizando cada participante e tornando-o envolvido, afetado, responsável pelos outros. O frescor das novas idéias e da autonomia é estimulado em cada um de nós, ajudando a libertar a imaginação e a inteligência de maneira orgânica.

Aos poucos nos tornando homens novamente, e não mais coisas ou mercadorias a serem trocadas. Como diz a famosa frase “Tudo que pode ser comparado, pode ser trocado, tem um preço; o que não pode ser comparado, não pode ser trocado, não tem preço, mas dignidade: o homem”. Essa frase é muito importante porque nos lembra de que a democracia, uma vez que composta por seres humanos, necessita de um olhar que não categorize e encerre quaisquer iniciativas ainda indeterminadas, em caráter de experimentação. Ela trás para ordem do dia a necessidade de possibilidade do novo. A democracia é dinâmica, em contraposição ao despotismo, alheio a mudanças. É precisamente isso que a mídia, a polícia e diversos grupos desvalorizam; esta indeterminabilidade: ela é perigosa. Em contrapartida, é isso que nos potencializa de uma maneira incrível. Estamos construindo novas maneiras de pensar, novas estruturas de ação, sem as quais mudanças não ocorreriam. Como disseram aos manifestantes em Wall Street, nos falta linguagem para falar da liberdade. Nós precisamos criá-la. Nisso, o caos produtivo – não no sentido de produção capitalista, mas no de contrário à mera reprodução da sociedade – está abrindo caminhos, basta ter um olhar sensível para ver que ali estão saindo propostas realmente revolucionárias. De discussões acerca de como se organizar as assembleias e torná-las melhores à como lidar com as diferenças entre os integrantes do acampamento.

As tentativas de cristalizar o que está ocorrendo se devem tanto ao pensamento equivocado, quanto às apropriações destinadas a reduzir sua potencia. A mídia já opera desqualificando o movimento ao caracteriza-lo como juvenil ou ao tentar reduzi-lo a uma pauta específica, ou até deturpando-a, como no caso da revista Veja. Não pararemos nem voltaremos para caso ajudemos a barrar Belo Monte, um consenso entre os participantes; isso só nos tornará mais fortes. Tudo isso incomoda e realmente põe em perigo esse modelo de sociedade. Como dominar o que está resistindo a quaisquer tentativas de categorização? A resposta à pergunta “O que nos une?” não pode ser respondida, pois é precisamente este o ponto de ruptura com muitas tradições políticas. Ao invés de uma resposta positiva, o que nos une é uma vontade de modificar estruturas políticas que não nos representam nem nunca representarão, pois o que está em xeque é a própria noção de representatividade. O que sabemos com certeza é o que não queremos. As soluções levarão tempo para serem construídas; idéias levam tempo para crescer e significar efetivamente mudanças estruturais.

Isso leva a sucessivas uniões e desuniões, rumo à uma política de articulações e solidariedades entre causas, e não mais àquela destinada as massas, fiéis a um só ideal. Não somos mais massas que podem ser controladas por quaisquer elites dirigentes, sejam elas de direita ou de esquerda. Não acreditamos na ilusão de delegar o mantenimento da liberdade a outrem, seja ele o Estado, instituições ou quaisquer organizações. Não há democracia sem democratas. Democracia não se faz em parlamentos; ela se afirma na rua, ao céu aberto.

Há alguns pontos em comum entre o atual movimento e os acontecimentos de Maio de 68, em que se lutava tanto contra o sistema quanto contra as entidades marxistas ortodoxas. Peço emprestadas algumas palavras de Olgária C. F. Matos, em seu livro “Paris 1968: as barricadas do desejo”           , onde se lê “aquilo que nenhum estado-maior foi capaz de prever nem de organizar, os próprios militantes, com ou sem ‘passado político’ precisaram inventar cotidianamente, por vezes, hora por hora. Espontaneidade? Não: liberdade de discussão, recusa de uma hegemonia ideológica, confronto entre idéias e estratégias possíveis, crítica permanente, citando Kravetz”. Além disso “Se é verdade que Maio de 68 não descobriu a assembléia enquanto tal, ele foi a afirmação de um novo tipo de assembléia que rompe com o cerco paralisante de uma reprodutibilidade que petrifica a experiência; e, por outro lado, afirmou a difusão de um nível de comunicação que, através da irreprodutibilidade, atrai para a participação direta segmentos sociais e indivíduos singulares, tradicionalmente exauridos pela televisão e pelos jornais.” Ou então “a resposta à atuação da polícia ou às intimidações do poder se faz improvisadamente, afirmando-se a dimensão lúdica do movimento: nas ocupações das fábricas ou nas manifestações de rua, desfaz-se a seriedade militante, liberando-se fluxos polimorfos de energias criativas, antes enclausuradas na diversidade dos sujeitos sociais.”

Quem sabe não estamos contando com o apoio e com a solidariedade de tantas pessoas justamente porque rompemos com as formas clássicas e enrijecidas de atuação? Ao que cabe nas categorias normais nada resta de energia; não se trata de ser contra ou a favor, posição confortável em uma sociedade segmentada, na qual os diversos campos não se comunicam. Tanto na política quanto no saber a divisão só fez todos perderem. Sem conexões e pontes não há saídas possíveis. Ao não saber o que se quer, esse movimento está impondo resistência às antigas categorias que querem a qualquer custo coloca-lo “em seu devido lugar” dentro da matriz de funcionamento da sociedade.

Mundo constituído por consumidores vorazes e insaciáveis de notícias e novidades, onde nada permanece, onde há o excesso de estímulos e as escolhas já estão definidas de antemão. Nada de profundo acontece. O excesso de informações significa exatamente o oposto da comunicação; como disse Gilles Deleuze: “Uma informação é um conjunto de palavras de ordem. Quando nos informam, nos dizem o que julgam que devemos crer. Em outros termos, informar é fazer circular uma palavra de ordem”. Estamos imerso na dinâmica do -pseudo- conhecido; não há mais diálogo e o pensamento não consegue mais operar a distinção. As pessoas se tornam impenetráveis, pois suas consciências erigiram altos muros contra o mundo externo. É o que Walter Benjamin já atestava no início do século XX nas cidades, destinadas à exposição e circulação de mercadorias, com a decadência da experiência. Ao operar uma relação externa com mundo o sujeito não seria afetado, não sentiria afetos, e não poderia constituir uma relação com os objetos e as pessoas. A memória não pode atuar sobre tal terreno, constituindo um ser vazio e sem história; eterna repetição do mesmo. Nunca antes na história foi possível estar perto de tantas pessoas e ao mesmo tempo estar tão sozinho. Em contrapartida, podemos afirmar que o Vale do Anhangabaú foi novamente habitado – digo isso em relação a nós, os passantes, e não aos moradores de lá, cuja vida ainda estou conhecendo. Aquele lugar passou de mera via de passagem apressada para espaço a ser vivido, onde fugindo à idéia funcionalista de cidade pessoas se reúnem porque querem; conversas entre pessoas que talvez nunca falassem entre si se disseminam e o cotidiano é novamente preenchido por cores e sensações. Nunca me esquecerei da madrugada em que jogávamos “taco” e nos sentíamos seguros em estar no centro. Estamos novamente aprendendo a conviver e a ocupar a cidade e nossas vidas.

Acreditamos no mito que repete a mesma mensagem tal como em um CD riscado “este mundo é maravilhoso e qualquer idéia contraria a ele seria uma catástrofe”. Seria interessante fazermos duas perguntas: se tal idéia tem de fato razão, porque sua repetição incessante por parte de seus defensores, tal como uma defesa que vendo seu fim intensifica sua mensagem; ou então, porque qualquer pensamento divergente é rapidamente podado e destinado ao silêncio?

Estarmos reunidos em local público sem data para sair, compartilhando sonhos e crescendo juntos já é uma enorme vitória. Continuemos juntos e não esqueçamos que “um mundo inteiro vivo tem a força de um inferno”, como disse Clarice Lispector.

É por isso que a resposta à pergunta “O que vocês fazem?” é “Estamos discutindo e construindo as respostas”. Impossível uma resposta mais sensata.

Rogério Caron Furquim


 [R1]Será? Num tá categórico demais?

16 comments on “Relato de um acampado

  1. Plínio disse:

    Belo relato, ótimas colocações! Deixo aqui meu apoio, mesmo que não presencial, mas de muito deixo minha cooperação a tornar visível o movimento.

  2. Priscila disse:

    Passei pelo acampamento no sábado, na compania do meu marido e do meu filho de 4 anos.
    Expresso aqui também meu apoio e meu desejo em derrubar os muros de uma consciência que não acredita em um outro mundo possível.

  3. Paulo Falcão disse:

    Coerente e bem escrito. Curiosamente, me lembrou um conceito definido pelo velho filosofo Mick Jagger: you can’t always get what you want,
    but if you try sometimes,you just might find you get what you need!
    Deixo ainda uma sugestão que talvez pareça contrária à ideia central do texto mas é realista no que tange à natureza humana: definam objetivos e busquem formas de vê-los realizados. Este trabalho duro que significa construir consensos, funciona inicialmente por conta do amálgama da esperança, do sonho, mas se não se cristaliza em planos de ação e em pequenas ou grandes conquistas, acaba por desmobilizar a todos. Penso que o ponto central, a espinha dorsal deste movimento é a construção coletiva de consensos e a luta não violenta para transformá-los em realidade. Quanto mais tempo demorar para apresentarem propostas concretas, maiores as chances do movimento se esvaziar.

  4. Mirella disse:

    Concordo com o Paulo Falcão, sempre baseado no eixo do movimento (apartidário, pacífico e de consenso), propostas de ação mais concretas são necessárias, motivam! Infelizmente moro no interior e ainda não tive a oportunidade de vivenciar o Acampamento. Mas tenho acompanhado as informações. Muito cuidado para não perder o foco, e dividir o grupo. As ações devem ser para o bem comum, agir na causa, o sistema. Descorrendo disso, é cada vez mais difícil o consenso, que pode segregar, e se perder…

  5. Danilo "Dante" Leite disse:

    Discordo dos últimos dois comentários, recomendando a definição de causas. O foco não são as respostas, os resultados, mas sim as questões, o processo. O movimento é a simples união do povo. Unidos, podemos causar alterações no sistema, empurrar aqui e ali, tentar melhorá-lo. Definir uma causa específica é segregar, dividir o movimento e definir um fim para ele. Sem essa definição, o movimento se mantém além do sistema, incategorizável e inatacável. É como o Rogério diz, a causa de Belo Monte é uma apenas. O sucesso ou não dessa causa não define alteração do movimento muito menos o seu fim.
    O foco é o processo, não o resultado. As questões, eternamente discutíveis e mutáveis, e não as respostas definitivas.
    Temos o hábito de definir categorias, de encaixar as coisas em moldes predefinidos e inserir tudo no sistema. Esse movimento se trata de interesses, questões e problemas, comuns a um enorme grupo, que se econtram dentro de uma brecha do sistema; um período de tempo, espaço, imaginário e/ou conexão na web não dominado e definido. Onde “nenhum estado-maior foi capaz de prever nem de organizar”; A simples “liberdade de discussão, recusa de uma hegemonia ideológica, confronto entre idéias e estratégias possíveis, crítica permanente”.
    É difícil o conceito do movimento devido à essa exigência: pensar as coisas diferente do pressuposto: não pensar as causas, as respostas, a revolução (que determina um fim e reinício de um ciclo vicioso que não tarda a reinstalar uma minoria dominante). Mas sim entender o processo, o movimento, as questões como o agente de TRANSFORMAÇÃO.

  6. zéafro disse:

    O que fica evidente, pra mim, é que o Ocupa é movimento de partido (PSOL, não precisava nem dizer – a pauta política do partido tá toda lá). Fica sendo uma mistificação, dizer que é contra partido, etc. e na realidade estar promovendo partido por via indireta. Outro objetivo claro é ocupar obras públicas, no bojo da mobilização que manipula a massa. Não é legítimo nem espontâneo, pois tem manipulação e disfarce.

  7. Danilo "Dante" Leite disse:

    zéafro:
    PSOL internacional? Isso não é movimento de São Paulo, Rio de Janeiro ou Brasil caro amigo. o OcuppyTogether é muito maior do que qualquer partido ou país. Muito menos há pauta política. Pauta política é “resposta” o movimento é “pergunta”.

  8. Ademir disse:

    Até o Plínio tá comentando aqui acima, a agenda do partido tá toda lá, não dá pra tentar retirar esse mérito. O povo do PSTU tentou invadir com bandeira no Rio e foi posto pra fora, quando algum tiozinho mais burguês chega a gente escuta com muita paciência, mas sabendo que tem uma agenda prévia e que nós não estamos com eles. Parabéns! Obrigado, Plínio – mesmo não estando presencialmente, sua palavra vale muito!

  9. Amory disse:

    Just what the doctor ordered, tahnktiy you!